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Explorações Subaquáticas no Olho do Moinho da Fonte – Gruta do Almonda


Resumo A nascente do rio Almonda (ou Olho do Moinho da Fonte) localiza-se no rebordo sudeste do anticlinal da Serra de Aire, Torres Novas, sendo consequência de, entre outros, o contacto entre o Maciço Calcário Estremenho e os terrenos menos permeáveis da bacia do Tejo. Esta nascente constitui a exsurgência da rede hidrológica subterrânea do mais extenso sistema cársico nacional. A gruta do Almonda possui um desenvolvimento aproximado de 10km, com uma ampla rede de galerias subterrâneas, fósseis ou ativas e, devido à sua complexidade e dimensão, a sua exploração e documentação estão ainda por completar. Este estudo pretende descrever a história, o estado actual das explorações e os métodos que actualmente são usados para a respectiva exploração e caracterização subaquática.

Introdução Localiza-se no Concelho de Torres Novas, Freguesia de Zibreira, Casais Martanes, 393017,6N 83654,85W - WGS84, cota 83 metros, carta militar 319. Possui um desnível subaquático de 78 metros e uma extensão total de 9995 metros (informação pessoal não editada - Neves & Thomas, 1990), a mais extensa gruta cársica em Portugal, conhecida até à data.

Localização em Portugal Continental

Pormenor do Maciço Calcário Estremenho com localização da nascente do Rio Almonda

Breve História Há cerca de 80 anos, mais propriamente em 1937, foi redescoberta a sua entrada, uma nascente fóssil. Os arqueólogos Vaultier e Bensaúde, ajudados pelo Reverendo Eugenio Jallay, pelo engenheiro Melo Nogueira e pelo professor G. Zbyszewski, exploraram 50m de galeria seca até um lago subterrâneo e detetaram achados arqueológicos que datam da idade do bronze. Em 1955 a SPE(6) com a finalidade de avaliar o potencial hidrológico da nascente, a pedido da Empresa Renova, por Pereira de Sousa e F.J. R. de Abreu percorrem o primeiro lago em canoa, não indo contudo além dos seus antecessores. Em 1961, K. Lindberg acompanhado de J. de Almeida Fernandes organizam a primeira expedição bioespeleológica na Gruta do Almonda. Ainda em 1961, Álvaro Vilar Moreira, José Carlos Belchior e Vasco Fernandes, professores do Colégio São João de Brito em Lisboa, chegam a uma pequena sala no labirinto depois de terem descoberto uma estreita passagem. O mesmo Álvaro Vilar Moreira, no seguimento de diversas explorações, consegue, em 1962, descobrir uma passagem que lhe permite ultrapassar o sifão que constitui o primeiro lago. Descobre então o labirinto e a galeria do Norte. (Zilhão, J). Desde então, e motivado pela descoberta em 1987 de utensílios de pedra pela STEA(1), foram descobertas nesta gruta várias jazidas arqueológicas (do Paleolítico Inferior à época romana), que têm vindo a ser estudadas. Em termos arqueológicos, e de acordo com o arqueólogo João Zilhão, estamos perante um sistema de jazidas com poucos paralelos a nível mundial, com representação de todas as etapas da pré-história. Durante as décadas de 60 e 70 prosseguem os trabalhos de topografia, mas é nos anos 80 e seguintes que os espeleólogos João Neves (SAGA3) e Christian Thomas (SCX), recorrendo a técnicas de mergulho, em diversas explorações e com o auxílio de diversas associações (CEAE7, NEL9, GIDC, GEZ8 e NEUA2), aumentam de modo muito significativo o conhecimento do sistema. Em 1993 a Gruta é classificada como Imóvel de Interesse Público - Decreto n.º 45/93, DR, I Série-B, n.º 280, de 30-11-1993.

Entrada da Gruta – Represa da fábrica Renova – período de estiagem

Circulação Subterrânea O Olho do Moinho da fonte localiza-se a sudoeste do Polje de Minde, em zona de falha entre os calcários do Jurássico médio e os calcários margosos do Jurássico superior que antecede o cavalgamento da faixa dobrada do vale da Serra sobre as formações impermeáveis da Bacia do Tejo. Situa-se à altitude de 75 metros e os caudais variam em média, entre 2x10^4 m3/dia e 1x10^6 m3/dia. (Crispim, 1995) Traçagens efectuadas em 1985 (Crispim, 1985) com uranina a partir de um dos sumidouros do fundo do polje, junto a Minde, com fluo-captores colocados em três exsurgências vigiadas, Olhos de Água do Alviela, Olho da Maria Paula (Vila Moreira) e Olho do Moinho da Fonte (nascente do Rio Almonda) indicaram passagem de fluoresceína apenas nas duas primeiras, ainda que em quantidade muito reduzida na primeira. Isto veio contradizer, na altura, a ideia de que o Polje de Minde drena para o Rio Almonda.

Esboço morfológico e hidrológico do fundo do Polje de Minde. (Crispim,1995)

Em 1989 (período de cheia - Dezembro) e 1990 (período de fim de cheia – Março) Crispim confirma por traçagem a ligação entre um do sumidoros do sector sudeste do polje de Minde (Algar do Zé Lenha) e a nascente do Almonda. As velocidades obtidas são de cerca de 241m/h e 191 m/h, respectivamente em relação ao período de cheia e fim de cheia.

Curva de restituição da traçagem Algar do Zé Lenha » Nascente do Almonda, em Março 1990 (Crispim,1995)

Em Março de 1991 foi repetida a traçagem, em ambos os sectores do polje, sudoeste e sudeste, com traçadores diferenciados de forma a detectar ambas as possíveis circulações. Nesta multitraçagem confirmou-se mais uma vez a não ligação do Algar do Parramau (Sudoeste) com a nascente do Almonda e a ligação do Algar do Zé Lenha (Sudeste) e a referida nascente. A velocidade obtida foi de cerca de 238m3/h.

Galeria D (vulgarmente conhecida como “dos exercícios”)

Esquema das circulações subterrâneas entre o Polje de Minde e as exsurgências do bordo sul do Maciço Calcário Estremenho. (Crispim,1995)

Segundo notícia da carta geológica explicativa - folha 27A, a circulação subterrânea da nascente do Almonda tem duas origens. A primeira da zona nordeste do maciço calcário estremenho, Serra D´Aire, e a segunda de modo indirecto de Moitas Vendas e do Polje de Minde. A nascente do Olho do Moinho da Fonte, correntemente conhecida como a Gruta do Almonda, debita entre 80 a 100 hm3/ano (Almeida et al, 2000).

A Exploração Subaquática Na década de 80 dá-se um grande impulso no estudo das áreas submersas com as explorações lideradas por Neves e Thomas. À época o acesso à zona submersa era feito através de uma entrada superior a seco, tendo uma grande parte do sistema sido explorada e topografada com estas difíceis condições, em que os pesados equipamentos tinham de ser transportados ao longo das estreitas galerias até à zona inundada. Em 1991 é desobstruída pela STEA(i) a atual entrada submersa localizada na nascente, mas a queda recorrente de grandes blocos de rocha da falésia sobranceira irá obrigar nos anos subsequentes a uma regular desobstrução da entrada. Durante uma boa parte do ano o forte caudal que resulta de duas ribeiras subterrâneas, designadas do Oeste e do Norte, impede que o sistema seja mergulhável, mas a partir desta data, e mesmo com esta condicionante, a zona submersa passa a ser acedida por debaixo de água, com as imersões a iniciarem-se na represa da Fábrica da Renova. Refira-se que a dita galeria da Ribeira do Oeste foi já explorada e topografada deste modo.

Galeria norte - descida

Dessa época resultaram as publicações mais importantes: Thomas, C. (1985) - Grottes et Algares du Portugal, p125 -129; NEVES, J. (1986) – Almonda – Resultados de um ano de explorações na maior rede subterrânea conhecida do país – Espeleodivulgação n.º5, NEUA, pag. 44 – 50, Zilhão, C. et al. (1991) – Actas das IV Jornadas Arqueológicas – A Arqueologia da Gruta do Almonda (Torres Novas), resultados das escavações e Thomas, C (1988 e 1989) – Relatório das expedições – Sifon.

Thomas, C. (1985) - Grottes et Algares Du Portugal, p125

Thomas, C. (1985) - Grottes et Algares Du Portugal, p129

Thomas, C (1989) – Relatório das expedições – Sifon

Thomas, C (1989) – Relatório das expedições – Sifon

Zilhão, C. et al. (1991) – Actas das IV Jornadas Arqueológicas – A Arqueologia da Gruta do Almonda (Torres Novas), resultados das escavações – STEA(1) 1989

O Projecto Em 2007 elementos das associações XploraSub, NEUA(1) e SAGA(2) procedem a nova desobstrução da entrada, que se tem mantido estável desde aí. São então reiniciadas, de forma mais sistemática, a equipagem da zona submersa da gruta e a topografia subaquática. Ao penetrarmos em mergulho no sistema, após a entrada bastante estreita, deparamo--nos com um labirinto subterrâneo, onde se sobrepõem vários níveis de galerias, que apresentam por si só múltiplas variantes. Este é um ambiente hostil, somente adequado a espeleomergulhadores certificados. Ultrapassado este labirinto e o lago acima referido, conhecido como a Cisterna, as galerias tornam-se mais definidas, com maior dimensão e uma maior profundidade.

Desobstrução da entrada – 2007

Entre 2008 e 2010 elementos do XploraSub e do NEUA(2) procedem a um trabalho regular, primeiro na zona do labirinto e depois noutras áreas submersas. Foi reequipada a gruta com fio-guia e sinalização para navegação, iniciada a marcação sistemática das galerias e melhorada a informação topográfica. Corrigiram-se erros, mapearam-se algumas galerias secundárias e enriqueceu-se o desenho através da adição de pormenores.

Topometria actual – Corte Galeria do Norte A56 – 2015 – AESDA/XploraSub

Estes trabalhos constituiram o embrião do PROJETO ALMONDA, que tem o seu início em 2011, quando é decidido estruturar a exploração da zona subaquática assente numa parceria XploraSub/NEUA, mas contando também com outros elementos, a título individual ou de outras associações.

Ainda em 2011 é organizada uma campanha de espeleomergulho, que conta com o apoio da Renova e do centro de enchimentos do CPAS(4) (gerido por Forte-Faria), e que lança as bases da exploração regular das áreas subaquáticas. É atingida a zona mais longínqua e profunda da Galeria do Norte, com -78m de profundidade. Nesse ano não são encontradas zonas inexploradas significantes para o desenvolvimento do sistema, mas é feita a exploração de diversas ramificações de galerias principais que se supõe nunca terem sido visitadas. Após esta campanha perspetiva-se a necessidade de topografar determinadas áreas acessórias profundas, localizadas no final da Galeria do Norte e que será preciso adotar configurações de equipamento com menor volume, capazes de ultrapassar restrições na Galeria do Oeste. Estima-se também que, oportunamente, o trabalho venha a ser alargado a áreas a seco.

Galeria do Norte - descida

Em 2012 realiza-se uma segunda campanha, igualmente apoiada pela Renova, com uma maior duração e que lucra imenso com a experiência obtida no ano anterior. Estando sobretudo orientada para a obtenção de dados topográficos, dá-se um aumento significativo das galerias submersas topografadas. Em 2013 o PROJETO ALMONDA passa a ser sustentado numa parceria XploraSub e AESDA(3). Neste ano são efetuados 28 mergulhos, com uma duração média superior a duas horas e uma profundidade média de -41m. É conseguido um bom avanço na topografia de diversas galerias e outras são assinaladas para futura verificação. Procede-se também ao melhoramento da equipagem submersa, de modo a torná-la mais resistente ao fluxo da água no Inverno e à abrasão, elevando por conseguinte o nível de segurança. Na Galeria do Norte é instalado cabo de aço até aos -66m, o que obriga a refazer alguns troços da topografia.

Acesso ao Almondinha – galeria a seco

Já em 2014, e apesar das chuvas precoces, ainda são executadas 18 imersões, com uma duração média de quase duas horas e meia e uma profundidade média de -30m. Dá-se neste ano início aos trabalhos na zona a seco, o que permite aferir a topografia subaquática e avançar para uma compreensão global do sistema. São assinaladas em imersão diversas passagens subterrâneas da área submersa para a área seca, sendo então conseguida a sua ligação à topografia a seco entretanto iniciada. A entrada submersa da gruta é também referenciada geograficamente. Continua a ser reparada e melhorada a equipagem, com a substituição de parte do fio-guia desgastado e de etiquetas já ilegíveis, tarefas que se espera completar em 2015.

Rio Almonda em período de cheia - nascente

Sobreposição entre a topografia desenhada por J. Neves e C. Thomas (Thomas, 1985) e a produzida pelo Projecto Almonda. O círculo assinala aproximadamente o novo ponto de referência à superfície Almondinha 2.

Com a ligação entre a topografia a seco e a submersa é agora possível verificar a posição real da gruta submersa e a seco e comparar com as publicações anteriores. Neste ano irá continuar a ser melhorada a topografia, incluindo através do seu alargamento a galerias, submersas ou secas, ainda não trabalhadas, de modo a ampliar a distância mapeada que neste momento totaliza 936m de passagens submersas e 323m de passagens a seco. Serão exploradas outras áreas do sistema que se entendam como promissoras e haverá lugar a captação de imagem, nomeadamente de vídeo. Será ainda feita a preparação de topografia para publicação dos resultados dos trabalhos efetuados.

Topometria actual – Planta – 2015 – AESDA/XploraSub

Topometria actual – Alçado – 2015 – AEDA/XploraSub

Topometria actual – Perspectiva – 2015 – AESDA/XploraSub

Agradecimentos: AESDA, Xplorasub, NEUA, Renova, FPE, J, Neves & C. Thomas, Nuno Sousa, M. Leotte, P. Carmo, A, Ribeiro, P. Santos, M. Lopes, A. Mendes, L. Meira, F. Carvalho, R. Mergulho e B. Oliveira

Bibliografia consultada ALMEIDA, C., Mendonça, J., Jesus, M. e Gomes, A. (2000) – Sistemas Aquíferos de Portugal Continental, Instituto da Água e Centro de Geologia da UL, Dezembro 2000. CARDOSO, J. (1997) - As Grutas, os Grandes Mamíferos e o Homem Paleolítico: Uma aproximação integrada ao território português", Estudos do Quaternário (APEQ), Lisboa. CARREIRA, J. (1966) - Materiais da Idade do Bronze na Gruta da Nascente do Almonda, Nova Augusta, Torres Novas. CARVALHO, A. (1998) - Talhe da pedra no Neolítico Antigo do maciço calcário das Serras d'Aire e Candeeiros (Estremadura Portuguesa). Um primeiro modelo tecnológico e tipológico, Lisboa. CRISPIM, J. (1986) –Traçagens de Uranina em Minde - II Congresso Nacional de Geologia, Boletim Informativo da Sociedade de Geológica de Portugal, V2, n.º 13, p16-17, Setembro de 1986, Lisboa. CRISPIM, J. (1993) – Algumas considerações sobre a estrutura geológica dos poljes de Alvados e Minde, Algar n.º 4 – Boletim da Sociedade Portuguesa de Espeleologia (Estremadura – Portugal). CRISPIM, J. (1995) - Dinâmica cársica e implicações ambientais nas depressões de Alvados e Minde - Dissertação apresentada à Universidade de Lisboa para obtenção do grau de doutor em Geologia, na especialidade de Geologia do Ambiente, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Departamento de Geologia, 394p, Lisboa. CRISPIM, J. (2007) - Circulação subterrânea entre Polje de Minde e as nascentes do bordo sul do Maciço Calcário Estremenho – Simpósio Ibero-americano sobre Património Geológico, Arqueológico e Mineiro em Regiões Cársicas, Batalha – vol 2, p 6-7. FERREIRA, Octávio da Veiga, GUILAINE, Jean (1970) - Le Néolithique ancien au Portugal, Bulletin de la Societe Préhistorique Française, Paris. MARKS, Anthony E., MONIGAL, Katherine (2001) - The lithic assemblages of the Late Mousterian at Gruta da Oliveira, Almonda, Portugal, Les premiers hommes modernes de la Péninsule Ibérique. Actes du Colloque de la Comission VIII de l'UISPP, Lisboa. MAURÍCIO, J. (1987) - Contribuição para o conhecimento da Pré-história do concelho de Torres Novas, Almondinha, Torres Novas. NEVES, J. (1986) – Almonda – Resultados de um ano de explorações na maior rede subterrânea conhecida do país – Espeleodivulgação n.º5, NEUA, pag. 44 - 50 NOGUEIRA, A. de Melo, VAULTIER, Maxime, ZBYSZEWSKI, G. (1941) - Primeiras pesquisas na Gruta do Almonda, Broteria.

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Fotos de Rui F. Luís (AESDA/XploraSub)

1 Sociedade Torrejana de Espeleologia e Arqueologia 2 Núcleo de Espeleologia da Universidade de Aveiro 3 Sociedade dos Amigos das Grutas e Algares 4 Centro Português de Actividades Subaquáticas

5 Associação de Estudos Subterrâneos e Defesa do Ambiente

6 Sociedade Portuguesa de Espeleologia

7 Centro de Estudos Arqueológicos e Espeleológicos 8 Grupo de Espeleologia da Zibreira 9 Núcleo de Espeleologia de Leira


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